Menino Mamba-Negra
Primeiro contato que tive com a autora e sua obra.
É interessante apreciar a escrita de autores que registram sua cultura e sua vivência.
A história é de um órfão que sai de sua terra aos dez anos em busca de seu pai que afastou-se da família para lutar por sua pátria durante a década de 30 a 40.
A saga do garoto é mais ou menos a mesma que o pai da autora realizou.
Há momentos de grande crueldade e tristeza.
É o primeiro livro da autora.
Leituras de Janeiro 2022 (6)
Título: Menino Mamba Negra
Autor: Nadifa Mohamed
País: Somalia
Páginas: 288
Tordesilhas - SP – TAG – RS - 2021
Avaliação: 3/5
Término da leitura: 30/01/2022
#desafiodos100livrosemumano 06/100
#vailendo2022 – Autor(a) Africano 06/25
Autora
Nasceu em Hargeisa, Somália – África.
Cresceu no Reino Unido tornando-se uma romancista Somali-Britânica.
Em 2013 apareceu na lista da revista Granta, “Best of Yang British Novelist” e em 2014 na lista “Africa39” de autores com menos de quarenta anos.
Foi indicada para o Book Prize em 2021.
Em Oxford onde estudou História e Política.
Obra
Primeiro livro da autora escrito em 2010.
A história se passa entre a década de 30 e 40.
A história é mais ou menos biográfica sobre o pai da autora.
Um país em guerra, disputado pela Itália, pela Inglaterra e pela França nasce uma criança e seu pai vai para a guerra.
Sozinha com a criança, a mãe assume sua educação.
Quando a crianças completa 10 anos a mãe morre e a crianças sai em busca do pai que está no campo de batalha no Sudão.
Nessa peregrinação o jovem Jama se depara com países, costumes e culturas diferentes daquela em que foi educado.
Em meio ao sofrimento, os sonhos de um jovem de ficar rico, ter sua terra, esposa e filhos e o maior de todos: encontrar o pai.
Jama nesse percurso torna-se um cidadão do mundo.
Considerações
A narrativa é arrastada e há episódios onde sem que nem prá quê aparece o resultado sem passar pelo desenrolar da solução.
Eu recomendo. É uma história de conquistas, decepções e amor pela família e suas raízes.
Citações:
1. Todos estão ocupados demais com suas próprias vidas para pensar em mim. Página 48
2. Jinnow se recordadva deles em seus melhores dias , jovens e corajosos, antes que a fome, as decepções e as doenças. Página 61
3. O mundo dos homens é cruel e inclemente. Página 62
4. Nenhuma pessoa morre de verdade enquanto há outras que se recordam dela, que tem afeto por ela. Página 62
5. O lugar em que se nasce nem sempre é o melhor lugar para você, menino. Página 117
6. Os planetas em torno dos quais orbitava a vida de Jama tinham girado para longe e o deixado em um universo onde ele era apenas escombros flutuando em uma obscuridade sem estrelas. Página 132
7. É difícil se vingar de alguém que se teme, quando tudo a respeito dele – altura, posses, confiança – reforça a noção de sua própria inferioridade. Até a imaginação de uma criança se encolhe na presença do terror. Página 153
8. Um homem era respeitado se os outros homens o temessem, e o italiano de algum modo tinha resolvido o mistério de fabricar medo nas pessoas. Página 154
9. Ele não conseguia dormir. Pensamentos mórbidos corriam por sua mente; a vida era tênue, não havia valor nele, cada dia trazia a ameaça da aniquilação ou a perda daqueles que você amava. Página 185
10. A única coisa que vem a você se você ficar sentado é a morte. Página 185
11. Era como um milagre ao contrário: em vez de Deus criar algo do nada, tinha transformado algo em nada, e a destruição repentina mantinha as mulheres lamentando-se em choque. Página 203
12. Esta vida é uma lasca de luz entre duas escuridões. Página 208
13. Só mais tarde na vida vemos puxões do destino com clareza, os pequenos atrasos que levam a perdas terríveis, as escolhas inconscientes que fazem a vida valer a pena. Página 236
14. Você é Caim e eu sou Abel. Dê-me céus abertos, horizontes largos e novas mulheres. Bem no fundo acharei que a única coisa que chega a um homem que fica parado é morte. Página 276
15. Jama, o menino mamba-negra, tornara-se um homem do mundo, seu totem entalhado na pele como marca do que ele tinha sido e ao que tinha sobrevivido. Página 278
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