quinta-feira, 23 de setembro de 2021

Leituras de Setembro 2021 - 5

 É  um livro de crônicas.

A autora escreve de forma a deixar às claras o que deixamos passar. 

Não enxergamos? ou não queremos aceitar?

É tão forte, cada crônica, que não há como não escolher um lugar ou tomar posição.

Só um pouco mais...

Tema: Leituras de Setembro 2021 (5)

Título: #Parem de nos matar                         

Autor: Cidinha da Silva

País: Brasil

Páginas: 192

Avaliação: 5/5

Término da leitura: 23/09/2021

Kuanza Produções – Polén – 2019 - SP

55/100 2021 #desafiodos100livrosemumano

#BingoLitnegra 12 de 25 Contos, Crônicas ou novelas

 

A Autora

Mineira de Belo Horizonte Cidinha é escritora, poeta, prosadora, dramaturga e editora.

É graduada em História pela UFMG.

Com o livro “Um Exu em Nova York” recebeu o prêmio pela Biblioteca Nacional em 2019.

É editora do blog da Cidinha http://cidinhadasilva.blogspot.com/.

Mantém de forma presencial e também virtual oficina de escrita criativa.

 

 

A Obra

Impossível dizer muito sobre uma obra tão poderosa! É uma reflexão muito profunda e real sobre a Escravização, sujeição, martírio e morte do povo negro que expatriado é subjugado numa terra que é sua. As crônicas são realistas a tal ponto que me fez questionar: qual a minha parte neste espólio?

 

 

 

 

Citações

1.      Soterópolis continua linda e os resquícios da escravidão vivíssimos como sempre estiveram. Página 22

2.      Sim, mulheres negras em posição de poder incomodam mais do que homens negros na mesma situação. Página 47

3.      A casa-grande não pode ameaçar impunemente a vida de pessoas negras cada vez que elas saem dos lugares de subalternidade construído com esmero para domesticá-las. Página 50

4.      O que faz o racismo senão destruir a humanidade de quem é por ele apedrejado? Sim, porque o racismo tem mira, foco e objetos (determinados seres humanos) a alcançar e destruir. Página 64         

5.      Na parte de trás da carroça, bem discreto, avistei um adesivo “Dilma 13”!, e fiquei em paz.

A esperança deles me contagiou. Seremos maioria política um dia. Eu, que já vi tanta mudança, viverei para ver mais essa. Página 77

6.      ...o caveirão não posa para selfie com a população negra como faz com o pessoal da Paulista em dia de micareta. Na favela o caveirão arrepia!

7.      Vestindo o branco de Oxalá, dono do dia, a esperança mostrou sua cara preta. Página 82

8.      A brutalidade com que a informação inventa mitos, impõe mitos e suprime o que antigamente a gente chamava de verdade, essa violência da informação e das finanças criou uma certa ideia tão forte do mundo atual que a gente fica desanimado diante da possibilidade de um outro futuro. Página 89

9.      Campanhas publicitárias mal feitas e superficiais (pensam que é suficiente estampar rostos negros bonitos para que as pessoas negras sejam adequadamente representadas) são inoperantes, não fazem nem cócegas no racismo travestido de xenofobia que humilha e mata. Página 102

10.  Quanto mais negro, quanto mais melanina, mais alvo. Quanto mais negro, quanto mais negros juntos, mais alvo, mais auto de resistência. E nessas horas, estamos sós, desprotegidos e sós. Apenas depois, se sobrevivermos ao susto e à violência, a poesia nos acalentará. Página 120

11.  A universidade negra apenas criará possibilidades de conforto existencial e epistêmico para os que só conhecem o desconforto. Porque o mundo é um conjunto de possibilidades, mais do que um conjunto de realidades, lição do mestre Milton Santos disponível há muito tempo para aprendizado. Página 152

12.  Cada vez que você chama uma pessoa negra de macaca, do alto de sua branquitude, você a manda de volta para o tronco. Página 162

13.  Todas as vezes que morre alguém que amo, leio poesia. É a única coisa que me conforta. Página 185

 

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