Esta é a foto da capa do segundo livro que li em Abril de 2021.
Li para cumprir um desafio #desafiodos24temas de Diário de Leitura cujos temas para o mês de Abril foram: 1. Autor(a) africano e 2. Autor(a) Latino-americano. É também o vigésimo terceiro livro lido este ano.
E agora seguem as anotações que fiz que fiz sobre o livro.
Tema: Leituras de Abril 2021 (2)
#desafiodos24temas 2021 Abril
Tema: 1. Livro de um autor africano
#desafiovailendo Tema: Romance histórico
Título: Sombras da Água – As Areias do Imperador # 2
Autor: Mia Couto
País: Moçambique
Páginas: 392
Avaliação: 4/5
Término da leitura: 14/04/2021
Companhia das Letras SP 2016
23/100 2021 #desafiodos100livrosemumano
O Autor
Nasceu em Beira, Moçambique em 1955.
É escritor e biólogo.
É um dos escritores mais importantes e traduzidos de Moçambique.
Com seu primeiro romance “Terra Sonâmbula”, publicado em 1992 ganhou o Premio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos em 1995 e foi considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX.
A Obra
É o segundo livro da trilogia “As Areias do Imperador” passado no final do Século XIX, em Moçambique.
Retrata o período da colonização portuguesa, bem ao final da guerra é verdade. Um dos sargentos vivendo precariamente ainda se fazia impor como se fosse os primeiros tempos da invasão quando a força da colonização era preponderante.
Apaixona-se por uma mulher, negra, nativa e adolescente. Sofre um acidente e coloca em dúvida sua capacidade de continuar lutando e pegar em armas.
Começa então a refletir sobre o sentido de retornar para Portugal e vendo-se por tanto tempo longe de casa nem saberia mais como adaptar-se com o retorno da guerra. Ou seria melhor ficar e continuar a lutar por uma causa já sem tanto sentido e aprender novos hábitos, nova língua, nova cultura.
É um romance histórico.
O principal atrativo é que dentro da narrativa são destacados os elementos culturais e folclóricos, digamos, da região a ser colonizada.
Considerações
1. O livro é muito bom. Na narrativa de Mia Couto uma poesia.
2. As mulheres da trama são fortes por sua cultura e submissas por sua condição política e cultural.
3. É uma história de perdas infinitas. De revolução intima e cultural.
4. Recomendo.
Citações
1. Tudo começa sempre com um adeus. Essa história principia por um desfecho: o da minha adolescência. Aos quinze anos, numa pequena canoa, eu deixava para trás a minha aldeia e o meu passado. Página 14
2. Dizem que a vida é um infinito mestre. Para mim as grandes lições chegaram-me por aquilo que me faltou viver. Página 50
3. A música é a língua materna de Deus. Página 53
4. Nossa alma é apenas isso: um estado de saúde.
5. Bem sabe que essa é a natureza humana: temos memória é para esquecer as nossas culpas. Página 93
6. Os livros nunca estão escritos. Quando os lemos, escrevemo-los. Página 102
7. O rio é uma lágrima regressando aos olhos de Deus. Chikazi Makwakwa, mãe de Imani. Página 115
8. Era o que se passava conosco. Estávamos mortos no desterro do sertão africano. (Relato do padre Rudolfo). Página 159
9. Escrever é um verbo intransitivo, o meu modo de rezar. E quem reza sabe que não há resposta. Página 161
10. Quando chegares terás uma cadeira para ficares sem fazer nada porque dizem que as cadeiras ajudam a esquecer o passado. É o que diz a comadre Constança, que já muito se sentou lá na escola. E diz ela, quem chega da guerra tem muito para esquecer. Página 182
11. Há quem acredite que a distância faz desvanecer os sentimentos. Não é verdade. Longe de casa tudo nasce de novo. E há mágoas que não quero que voltem.
12. Sou um soldado. A mim mesmo não pertenço. No meu funeral outros soldados, desconhecedores de que também deixaram de ter alma, dispararão salvas de pólvora seca. Ignorarão que com esses tiros estarão a matar o próprio céu. Página 224
13. ...é no peito que mora a consciência. Página 227
14. _Em África e em Portugal é a mesma coisa: a função dos conselheiros oscila entre adular e matar o rei. _ E acrescentou Santiago: Dar voz a esses representantes do povo é o melhor modo de manter calada uma nação. Página 241
15. Nos momentos de crise a fidelidade é apenas uma ausência oportunidade. Página 280
16. Ter inimigos é ficar escravo deles. A paz não nasce por se vencer um adversário. A verdadeira paz consiste em nunca chegar a ter inimigos. Provérbio de Nkokolani . Página 283
17. Mas não é de doença que estou perdendo o senso. É de tristeza. Página 333.
18. Quem foge não quer apenas sair de um lugar. Quer que deixem de haver lugares. Página 356
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